Em 01/12/2005.
Há um ano eu era muito feliz!!!
O pior ou o melhor é que eu sabia disto.
É pior porque, uma vez que sabemos o que é bom e nos faz bem, tendemos a querer isto para sempre e, freqüentemente, não estamos prontos para as mudanças que o mundo nos impõe.
Melhor porque sei que aproveitei o que pude, cada um dos momentos mais simples. Hoje, não carrego comigo o arrependimento por não ter reconhecido e percebido cada um destes momentos felizes.
Cada abraço apertado, cada beijo de despedida ou de chegada, cada desejo de bom dia ou de boa noite, cada orientação, cada exemplo, cada desentendimento, cada bronca. Me lembro claramente do último abraço que dei em meu pai. Ainda é muito forte. Lembro de cada sensação. Foi um abraço longo e apertado que transmitia carinho, confiança, compreensão, conforto e segurança. Incrível como pôde ser tão completo!
A felicidade a que me refiro era bem simples. Era como acordar pela manhã e sentar à mesa para tomar café da manhã com meus pais; ou como na hora que eu saía de casa para ir trabalhar e percebia o olhar coruja dele, admirado por me ver crescida; ou ouvir minha mãe dizer “vá com Deus minha filha” ou então ele novamente: “olha o horário minha filha. Você sempre sai em cima da hora!”.
À noite, nem sempre jantávamos juntos porque cada um chegava em horários diferentes. Mas sempre tinha o lanchinho antes de dormir. Era hora de conversar sobre o dia de cada um, de discordar da opinião do outro, de rir ou implicar com a Nêssa só para vê-la fazer bico. Depois, deitar na cama dos meus pais, disputando o espaço com a Nêssa e fazendo cafuné em minha mãe, enquanto meu pai acabava de digitar uma petição. Ele sempre dizia quando entrava no quarto: “Estão esquentando o meu lugar né?”
Daí, ele sentava em uma beiradinha da cama e pedia: “Dá uma coçadinha nas costas do papai?!” Após isso, eu e a Nêssa íamos para os nossos quartos e no dia seguinte era tudo muito parecido...
Minha casa, com a presença do meu pai, minha mãe e Nêssa era o melhor lugar do mundo. Era lugar de sossego e paz. Nossa casa era um lar. Eu sei que a paz e o sossego estavam em cada um de nós, por isso nossa casa era um lar.
Hoje, sei que só depende de mim para fazer do lugar que moro (qualquer que seja o lugar) o meu lar. Mas reconheço que com a falta do meu pai, muitas mudanças aconteceram em minha vida. O sossego e a paz ainda habitam em mim, apesar de terem perdido muito espaço para a saudade, para a incerteza e a insegurança.
Onde quer que seja, terei um lar novamente... Serei tão feliz quanto era antes ou talvez até mais... Mesmo que as circunstâncias não sejam iguais!!!
sexta-feira, 9 de março de 2007
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